Outros tempos
PRIMEIRO DIA
Chegaram,
e traziam o cheiro ainda verde da vida.
Tinham aves tímidas no olhar,
gestos cautelosos...
Estavam ali e esperavam impacientes
a palavra mágica que abrisse a confiança.
Cheguei,
levava comigo uma mão cheia de ideias
aprendidas nos livros dos mestres.
Tinha aves perdidas no olhar,
gestos calculados...
Estava ali e procurava desesperadamente
a palavra encantada que abrisse o caminho.
E ali ficámos...
fios de luz entravam pelas janelas,
mãos invisíveis tocavam cada rosto.
Das bocas,
como frutos de todas as cores,
saíram as palavras.
Juntos construímos pontes e estradas
e juntos por elas viajámos.
As aves abriram asas de liberdade
e soltaram-se os gestos.
Juntos inventámos a cada hora
os elos do entendimento.
E ali, para sempre
me prenderam com os laços da ternura.
São Alves Cabeça
Évora, Junho-2000
Chegaram,
e traziam o cheiro ainda verde da vida.
Tinham aves tímidas no olhar,
gestos cautelosos...
Estavam ali e esperavam impacientes
a palavra mágica que abrisse a confiança.
Cheguei,
levava comigo uma mão cheia de ideias
aprendidas nos livros dos mestres.
Tinha aves perdidas no olhar,
gestos calculados...
Estava ali e procurava desesperadamente
a palavra encantada que abrisse o caminho.
E ali ficámos...
fios de luz entravam pelas janelas,
mãos invisíveis tocavam cada rosto.
Das bocas,
como frutos de todas as cores,
saíram as palavras.
Juntos construímos pontes e estradas
e juntos por elas viajámos.
As aves abriram asas de liberdade
e soltaram-se os gestos.
Juntos inventámos a cada hora
os elos do entendimento.
E ali, para sempre
me prenderam com os laços da ternura.
São Alves Cabeça
Évora, Junho-2000
Saudades de outros tempos! Quando trabalho significava partilha, reconhecimento e alegria.