quinta-feira, junho 28, 2007

Uma pessoa distrai-se e zás...

...lá vai prémio, aí vem distinção, nomeação, honrarias que eu não mereço, e logo agora que ando meio afastada pelo trabalho e por outras coisas que amanhã ou depois vos contarei.

Vamos lá então - a minha querida wind lançou-me o prémio Blog com Grelos, ehehe!
É bem, este blog assume o seu grelo, o seu gusanito, clit, whatever coisas... e com muito gosto. Obrigada amiga!


Difícil agora é dar o prémio a cinco blogs femininos. Os meus blogs preferidos são de mulheres, todas elas de grelos bem no sítio, que isto de ser fêmea tem que se lhe diga! Ora, então entrego o prémio a todas... não posso? Raio de regulamentos!! Tenho que pensar bem nisto... ... ... cá vai:


A FundaSão - porque apesar de ter colaboração masculina é blog de gaja orgulhosa do seu grelo.


A Mulher do Próximo - porque um grelo sempre fresco é digno de prémio.


Cenas de Gaja - porque assumir o grelo sem falsos pudores também é digno de prémio.


Pérolas - porque um grelo despistado tem mesmo muito que se lhe diga, ehehe!


A Sinistra Ministra - porque precisamos cada vez mais de grelos que não se calam.





Mas a coisa não ficou por aqui, e pasmem com esta que eu ainda não consegui fechar o sorriso... a Corpos&Almas e o Paulo Dâmaso nomearam-me para o concurso 7 Maravilhas da Blogoesfera instituído pelo blog O Sentido das Coisas.

Muito obrigada meus queridos :), fiquei muito orgulhosa com a vossa preferência!

E como desta não estava mesmo nada à espera... tenho que entrar em recolhimento para pensar seriamente em quem vou votar! Logo que me decida actualizarei este post com os 7 maravilhosos, na humilde opinião da caixinha, claro!


segunda-feira, junho 25, 2007

Foi bonita a festa!

O 7º Encontro foi um sucesso! Nem poderia ser de outro modo, tendo em conta o grupo fantástico de membros e membranas que se reuniram no passado fim de semana em Caria e Sortelha.

Só para ficarem com um bocadinho de inveja, podem ver aqui a alegria que ainda reinava quase à hora da despedida depois de dois dias de prazer intenso ;)







Para verem uma reportagem fotográfica à maneira, cliquem aqui :)


Foi bonita a festa! Já tenho saudades vossas... obrigada à São Rosas (só tu sabes como deixar a malta toda molhadinha!) e a todos pela companhia e pela amizade.




Venha o 8º Encontro... ;)

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quarta-feira, junho 20, 2007

Back to Work!

Amanhã estarei finalmente de volta ao trabalho.


Foi-me dada alta hoje mesmo, na 4ª Junta Médica a que fui submetida. Tenho que dizer que fui sempre muito bem tratada, com muita educação e consideração pelo meu estado de saúde, e hoje senti um grande apoio, fui correctamente informada e até me preguntaram se tinha a certeza de querer voltar ao serviço. Depois de algumas perguntas concluiram que sim, que tenho a certeza e que tudo parece estar bem! Felizmente, nem todos têm más experiências para contar :)


E no sábado lá vou eu com a minha amiga Fresquinha até ao 7º Encontra-a-Funda em Caria e Sortelha, para um fim de semana de pura diversão. Por tudo isto, vou estar um pouco afastada do blog. Até porque tenho que preparar o piquenique ;)


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segunda-feira, junho 18, 2007

Bom dia!



Segunda outra vez... mas vá, não se deixem abater. Daqui a 5 dias já é sexta outra vez. Toca a trabalhar!

Boa semana pra todos! :)

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domingo, junho 17, 2007

Até que a morte nos separe IV

Os primeiros meses passaram, o Pedro começou a trabalhar por conta própria no sótão da casa e algum desafogo económico dava-nos tranquilidade. Eu não conseguira entrar em estágio por falta de vagas, mas trabalhava relativamente perto e tudo caminhava sem dificuldade. Comprámos o nosso primeiro carro.
Eu queria muito ter uma filha. Mas mesmo seguindo à risca todos os conselhos do obstetra o sonho parecia não se realizar nunca. Possivelmente a ansiedade não ajudava muito. Temia que o Pedro recusasse fazer os testes de fertilidade. E, de repente, em Fevereiro, enquanto a minha atenção se concentrava em encontrar forma de não lhe ferir a sensibilidade masculina, aconteceu. Estava grávida finalmente! A caminho da Primavera e dentro de mim havia vida.
- É um rapaz, - dizia ele aos amigos. – a habilidade não é p’ra todos!
E eu sorria o secreto sorriso interior que brotava da certeza absoluta, era uma menina, a minha menina.
O meu corpo mudava de dia para dia, mas a falta de apetite não me deixava comer e perdia peso. O médico confirmou o risco de aborto. Exigia repouso. E eu não parava, sentia-me cheia de um entusiasmo transbordante. Agoniada, cheia de dores nos músculos em esforço, mas tudo me parecia natural e simplesmente maravilhoso. Todos os dias me observava longamente e registava todas as pequenas alterações extasiada pela magia que se produzia dentro de mim.
E depois dos primeiros tempos de euforia, e sentindo-se ameaçado pela possibilidade de um desgosto, o Pedro protegeu-se quase ignorando o que se estava a passar. Parecia ter medo de me tocar. Escusava-se a sentir o bebé mexer - nunca quis escutar o coração forte que, contra todas as marés, continuava a bater e a lutar pela vida - mesmo depois de a gravidez ter sido considerada viável.
Pela primeira vez na minha vida senti que estava sozinha. E reconhecer a extensão da minha fragilidade foi um sentimento desagradável, tão desagradável que nunca mais deixei de o esconder até de mim mesma... a pior solidão é sem dúvida a que sentimos quando estamos acompanhados.
Hoje sei que ter escolhido tal pai para tão desejada filha não foi um facto relevante. Amava-o talvez, mas era apenas um pai, um acaso – eu estaria lá e sempre seria mais que suficiente. Apesar de tudo tinha uma confiança admirável no futuro, uma força que vinha de dentro e que crescia a cada movimento dentro de mim.
Entre nós a vida nunca mais foi igual. O Pedro evitava qualquer contacto, talvez por ignorância, talvez porque o mistério da vida dentro de mim o aterrorizasse. Passava as noites fora de casa com amigos, começou a beber demais. E nunca mais parou.
Pensei que seria uma chuva de verão... justifiquei a mim mesma todas as atitudes dele, e quis acreditar que tudo voltaria ao normal quando a Maria nascesse.


Conto original de Conceição Alves C. (continua num dia próximo...)

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sexta-feira, junho 15, 2007

Clive Owen



Lembram-se dele? Foi o Rei Artur em King Arthur, Sir Walter Raleigh em Elizabeth, The Golden Age e o Larry de Closer, entre muitos outros papéis de destaque. Tem 41 anos, a classe que é habitual nos actores de origem britânica, e o accent, o accent derrete corações...






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E para recordar, uma das melhores cenas de Closer.


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Maltesers

Olha que coisa!! E eu que gosto tanto de Maltesers....



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Blhaaccc...!!!


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quinta-feira, junho 14, 2007

Até que a morte nos separe III


… …
- Não estarás a falar a sério, pois não?
Estava, estava pois! Ganhar o suficiente para que a minha mulher não precisasse ter um emprego era um dos meus objectivos. Ela olhou-me como se eu tivesse antenas e pele verde e acabasse de sair de um disco voador. Aqueles grandes olhos castanhos riam despudoradamente das minhas ideias, as sobrancelhas arqueadas a dizer do espanto que lhe causavam as minhas ideias.
- Bem, nem o meu pai pensa assim. A questão não é precisar trabalhar. Não é o dinheiro. É a satisfação, a realização pessoal. Sabes a que me refiro? Ou achas que uma mulher só se realiza sendo esposa e mãe? Não contes comigo para esse papel. Posso ser esposa, quero ser mãe um dia, mas nunca ficarei por aí. Nunca abdicarei dos meus sonhos. Tu e eu somos iguais nos nossos direitos e deveres.
- Só queria que ficasses comigo sempre. Não fales comigo como se eu fosse um dos teus amigos do partido. Podias estudar aqui…
- Estás farto de saber que aqui não há o curso que quero. E além disso já concorri à Clássica. E com as notas que tenho sei que vou ficar.
Senti o coração a bater na garganta. Ela já tinha decidido, sem me perguntar nada, sem me dar nenhuma explicação!? Estava apenas a participar-me que ia para Lisboa. Tive a certeza que a ia perder. Não podia competir com os geniozinhos universitários que ela ia ter aos pés. Já não bastavam as férias sempre longe de mim. Sabia que a ia perder.
- Pedro poupa-me, por favor! Eu gosto de ti, sabes disso.
- Sei… mas mostra-me.
E abracei-a. O corpo dela respondia sempre às minhas vontades. Era quando a sentia minha, embora desconfiasse que nunca a poderia ter completamente, que parte dela nunca se entregaria e menos a mim. Tinha a certeza que quando a beijava ela desejava que eu fosse um dos amigos com quem falava de política e literatura e viagens e de todas essas coisas que a fascinavam, queria ser capaz de acompanhar os pensamentos dela. E desdobrava-me em carícias. Queria que as minhas mãos lhe entrassem na pele. Ela afastava-me sem convicção.
- Quero fazer amor contigo!
E ela encostou-se mais ao meu corpo e deu-me os lábios entreabertos a beijar. Era Agosto, e o luar e ela a fugir, a adiar a dor da primeira vez. Afinal era mesmo a primeira vez. As conversas que me tinham enchido os ouvidos não passavam de mentiras sórdidas. Com amigos assim, quem precisava de inimigos?! E ela sempre tão digna, tão acima de todas essas coisas mesquinhas. Amei-a mais nessa noite de lua cheia, amei-a entre todas as mulheres, mais que a qualquer outra porque a queria minha mas não consegui que o fosse. Adormeci envergonhado pela minha falta de coragem. Devia ter sido capaz ir até ao fim mesmo sabendo que lhe doía.
No dia seguinte entrou no quarto e acordei com a sua boca na minha, a acender-me o desejo de novo. E de uma vez só, abriu as pernas por cima de mim e enterrou-me em si com um gemido de dor. Ficou imóvel durante algum tempo, a respirar fundo, e não pude encontrar as palavras que devia dizer-lhe naquele momento. Senti a vergonha a escaldar na cara outra vez.
- Era isto que querias? Supões que é isto que me vai prender a ti? Pois escuta-me bem, espero que o que acaba de acontecer não signifique um compromisso que nos ate se não o desejarmos. Nunca será a carne a dar-nos sentido. Serei tua enquanto o amor durar, nem um segundo mais nem um segundo menos. E de ti apenas quero a verdade desse amor.
A surpresa paralisava-me. Queria dizer-lhe que a amava, que nunca poderia viver sem ela, mas não quis cair-lhe aos pés, mostrar-lhe fraqueza e perdê-la para sempre. Tinha sonhado aconchegá-la nos braços e limpar-lhe as lágrimas, prometer-lhe nunca a abandonar.
- Ana, és o meu amor. És a minha mulher. Vou ser…
- Chiuuu, não digas nada! Não faças promessas que não sabes se vais cumprir. Também és o meu amor… anda, estás à espera de quê? Vou ser eu a ter o trabalho todo?
E ria, creio que ria do meu embaraço, do medo que adivinhava nos meus olhos. E fui eu que encostei a cabeça no peito dela, a ouvir-lhe o coração a bater descompassado ainda, a sentir-lhe a pele quente. Foi ela que me abraçou. Era um miúdo no colo dela. Hoje sei que não devia ter sido assim.
… …

Conto original de Conceição Alves C. (continua...)

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Os nossos meninos desaparecidos

Já aqui falei, e a propósito do circo mediático montado à volta do desaparecimento da Maddie, que pouco se fez e faz pelos nossos meninos desaparecidos, alguns há tantos anos que hoje já são jovens adultos que vivem, sabe Zeus com que traumas, longe das suas famílias. Ou não vivem mas, ainda assim, têm o direito de ser devolvidos a quem os ama e procura.
Parece-me que se deve fazer tudo o que é possível para encontrar estas crianças. E é o que estão a fazer algumas pessoas neste site/blog dedicado ao Rui Pedro. Quem quiser pode associar-se e participar de acordo com a sua disponibilidade e vontade de ajudar.
Podem começar por enviar o retrato robot do Rui com a sua idade actual a todos os contactos da vossa lista de correio. Talvez conheçam alguém nas rádios, nas televisões, no meio artístico ou desportivo que possa unir-se a esta luta. Se todos fizermos alguma coisa, por pouco que seja, muito estará a ser feito e, quem sabe, a esperança poderá ser devolvida a esta família.

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quarta-feira, junho 13, 2007

Até que a morte nos separe II

Casámos num dia de Verão, com tanto calor que o vestido, a sua cauda e o véu, o fotógrafo a exigir as abomináveis poses românticas, os convidados e os beijos e votos de felicidade, e até mesmo o noivo no seu smoking e calça de fantasia irrepreensíveis, pareciam saídos de um qualquer pesadelo de revista cor-de-rosa. Um dia de desconforto, um dia ao qual pude sobreviver ora colocando-me atrás da câmara, dirigindo actores e figurantes, ora divertindo-me a observar os muitos momentos hilariantes daquela comédia.
Antes de sair de casa a minha mãe ainda disse, um pouco a medo,
- Ainda estás a tempo! Sabes que vais cometer o maior erro da tua vida, não sabes?
- Sei. É problema meu, mãe! Deixa-me dar com a cabeça na parede, partir-me toda se assim tiver que ser. Deixa-me fazer isto, por favor!
- Faz, faz o que queres mas depois não te queixes!
- Podes ter a certeza que não me vou queixar. E muito menos a ti.
Acompanhou-me no carro, entregou-me ao pai que me levou até ao altar. E perante um deus no qual acreditava à minha maneira assumimos um compromisso que nenhum dos dois tinha a certeza de querer verdadeiramente.

A celebração religiosa foi encantadora, cheia de pequenos detalhes e significados cuidadosamente escolhidos - Grava-me como um selo no teu coração, como um selo no teu braço, porque o amor é forte como a morte e a paixão é violenta como o abismo. Os seus ardores são setas de fogo, são chamas do Senhor. As águas torrenciais não podem apagar o amor, nem os rios o podem submergir.* - nada naquela igreja foi obra do acaso. As minhas amigas reconheceram o meu toque em cada flor, em cada palavra pronunciada, algumas choraram por mim, pelo que sabiam de mim – O amor é paciente, o amor é benigno; não é invejoso, não é altivo nem orgulhoso; não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor não acaba nunca.** - ou talvez por elas mesmas. Só me ocorre uma palavra, comovente.

Já o mesmo não se pode dizer da festa… mundos diferentes na busca infrutífera da desejada coincidência, não havia nada a fazer. Apesar das minhas recomendações o bolo de noiva tinha o patético casalinho que imaginei a fugir dali deslizando de camada em camada de açúcar glacé e aterrando, por fim, depois de cinco andares de florzinhas, rebites e tules, completamente descompostos, entre uma taça de mousse de chocolate e uma travessa de arroz-doce. Os convidados insistiam nos beijos, reclamavam o leilão da liga da noiva… o champanhe jorrava numa cascata entre frutas e camarões, e eu a estalar os dedos numa impaciência cada vez maior.

Não tivemos viagem de núpcias. Não quis que os pais pagassem as despesas e como não havia muito dinheiro a viagem acabou por ficar para melhores tempos, que nunca chegaram.
Não fizemos amor nessa primeira noite de casados. Apenas dormimos juntos pela primeira vez, o cansaço imenso a pedir o abandono do corpo na partilha de uma intimidade desconhecida. Primeiro abraçados, depois virados de costas um para o outro, levámos algum tempo até nos habituarmos à cama, o Pedro queixava-se de dores nas costas e fomos mudando de lugar. Eu à esquerda e ele à direita. Mais tarde mudámos outra vez. E tudo na nossa vida em comum foi assim, sempre à procura do lugar que legitimamente nos pertencia naquele casamento.


* Cântico dos Cânticos (Cant. 2)
** Epístola de S. Paulo aos Coríntios (1 Cor. 12)


Conto original de Conceição Alves C. (para continuar em breve...)

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terça-feira, junho 12, 2007

Piada do Dia

€ 0,12 por cada Prova de Aferição



em tempo de aulas, testes de final de período, avaliações de final de ano lectivo, com prazo de uma semana para entregar 60 provas corrigidas obviamente fora do horário de cada professor, ou seja, no tempo retirado à família, à casa, ao sono!



Aconselho vivamente os colegas de Matemática e Língua Portuguesa a oferecerem-se para engomar a roupa da Milú! Mesmo com serviço ao domicílio, rende muito mais, pois como podem ver 60 peças são pagas a € 0,71 cada uma!!




PS: As provas de aferição são feitas meramente para efeitos estatísticos e não têm qualquer valor no processo de ensino-aprendizagem, a não ser o facto de colocarem os alunos a experimentar uma situação de exame. Sendo assim, são um serviço extraordinário que não faz parte do nosso trabalho (até porque todos fazemos habitualmente testes que nos indicam o nível de aquisição das aprendizagens pelos alunos) e que o Ministério obriga os seus funcionários a cumprir fora do seu horário normal. Que este serviço valha, segundo o mesmo Ministério, muito menos que passar uma toalha de bidé a ferro é, para mim, mais um insulto e uma verdadeira humilhação que todos devemos repudiar!

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Eventos por todo o lado...

Dedicado à divulgação de eventos à escala global, o Eventful é de facto um site muito interessante e com várias funcionalidades úteis que merecem exploração. E ao contrário de outros, global aqui é mesmo global. Podemos aceder a uma listagem de concertos, encontros, conferências, exposições em qualquer parte do mundo. Basta introduzir o que procuramos na pesquisa et voilá... vejam, por exemplo, o que se vai passar em Lisboa, no Porto, ou em Paris.
Boas pesquisas, e bons eventos para todos!

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segunda-feira, junho 11, 2007

Até que a morte nos separe I

Depois de sete anos de namoro, em meados dos anos 80, decidimos casar. Era isso ou terminar tudo. Sete anos é muito tempo quando temos vinte e poucos anos. É um investimento pesado e custa pensar sequer que o melhor é mesmo atirar tudo ao ar e partir para outra.
- Estou cansada disto, quero ter a nossa casa, o nosso canto. Quero ter filhos!
- Filhos?!! – e o tom de voz deixava perceber o susto.
- Sim, filhos. Uma filha… tu sabes. Temos família mas vivemos cada um para seu lado, acho que está na hora de construir a nossa. Que dizes?
- Tu é que sabes. É capaz de ser melhor. Por este caminho sinto que cada vez estamos mais afastados.
- Certo, e como vai ser? Não sei se me apetece um grande casamento… não tenho paciência para festivais de moda e gastronomia.
- Bem, lá estás tu a mergulhar de cabeça, a decidir tudo sozinha…
- Se acabaste de me dizer que eu é que sei. Não te entendo. Afinal sei ou não sei? Até porque se eu ficar quieta qualquer dia temos cinquenta anos e ainda somos namorados.
- Esquece… faz o que quiseres!

Quando anunciei o casamento para dali a três meses a primeira reacção foi de espanto. Apesar do longo namoro creio que ninguém na minha família tinha pensado que me pudesse casar com o Pedro. E muito menos assim, em três meses. Como se, de repente, não houvesse mais tempo e tudo fosse para ontem. Os comentários provincianos surgiram, a má-lingua da cidadezinha do interior apressou-se a fazer os seus julgamentos.
O meu pai exibiu um dos seus olhares reprovadores e disse que não ia comentar o assunto, mas respeitava a minha decisão. A mãe foi mais emotiva, embora tentasse disfarçar as lágrimas.
- Tens a vida toda à tua frente. Uma profissão de futuro e tantos projectos. Vais casar para quê?
- Ó mãe, que pergunta! E tu casaste para quê?
- Pois, para me arrepender amargamente. Pensei que fosses mais inteligente que eu e que não caísses no mesmo erro. Afinal és uma pateta como todas.
- Sou apenas uma mulher, mãe, como outra qualquer.
- Está bem! Faz o que quiseres. Mas se casas, casas nas minhas condições. Quero ver-te de branco, o teu pai a levar-te ao altar, uma festa com a família toda. Ou é assim ou não vou!
- Ai mãe, não sejas exagerada! Vais sim, nem que eu case de calças de ganga, tu vais. Mas pronto, faço-te a vontade e fazemos um grande baile de máscaras.
E desatámos a rir, eu porque realmente achava que todo o cerimonial do casamento era uma palhaçada e ela porque ficava sempre nervosa com as minhas modernices, sem saber bem o que esperar da sua filha única sempre tão rebelde.
Foi uma correria. O tempo voava e os pormenores que mais me preocupavam não eram os habituais. Cada vez que falava comigo, a minha mãe não conseguia disfarçar o pânico.
- Mas não devia estar aí o meu nome e o do teu pai? Um convite amarelo mostarda é muito estranho, não achas? Bem, gosto do poema da Sofia!
- Menos mal, mãe! Pelo menos gostas de alguma coisa…
- Não vais faltar à prova do vestido, pois não?
- Não mãe, fica descansada que a tua menina vai ser uma noiva bem ao teu gosto. Não te preocupes com essas ninharias.
- Ninharias, dizes tu!? Sabes que todos os olhos vão estar postos em ti, a noiva é a estrela do dia… e sabes bem que esperam uma oportunidade para nos acusarem, a mim e ao teu pai.
O estigma social do divórcio a pesar em todas as decisões. Que ninguém pudesse apontar o dedo ao casal que se divorciara sem ter em conta o futuro da única filha. E sempre caía sobre mim a responsabilidade de ser perfeita, a melhor aluna, a jovem mais séria, a melhor profissional, a que encerrava em si todas as promessas, todos os sonhos, o futuro feliz, aquela que a família observava como abutres à espera da carniça, à espera do mais pequeno deslize para poderem saltar num festim de recriminações e comparações com as primas que até tinham menos possibilidades económicas e menos estudos e menos... Se lhe dermos oportunidade, a família pode ser o nosso pior pesadelo.
- Sim, mãe. Vou ser Vénus, que nem sequer é estrela mas brilha que se farta… pára de te preocupares! Não fui sempre a melhor, alguma vez te deixei ficar mal?
- E queres explicar-me porque é que não vais convidar a…
- Mãe, pára, não vás por aí. Já cedi no vestido e na chatice do fotógrafo. Não vou convidar quem tu queres. Acho que é uma coisa para ser testemunhada por pessoas que signifiquem alguma coisa para mim e para o Pedro. E ponto final. Não me faças repetir tudo outra vez.


Conto original de Conceição Alves C. (que como se sabe continuará...)

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domingo, junho 10, 2007

Dia de Portugal


O Infante


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce,
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa



PS: Parece que lá descobriram uma cidade no deserto da margem sul. Assim, o Sr. Presidente veio até Setúbal. A visita ficou pela módica quantia de meio milhão de euros. Isto em época de contenção da despesa pública. E não, não aconteceu nada de especial! Apenas os costumeiros discursos, palmadinhas nas costas, as condecorações habituais, a almoçarada da praxe... e zás, lá se vai o dinheiro dos contribuintes (como este país só chora o que paga aos professores, não faz mal!). Até se compreende, a logística necessária a um percurso de cerca de 30 km pelo deserto deve ser dispendiosa... só os camelos, óuó, um dinheirão!

A esta altura do campeonato, isto parece-me bem mais importante. Pelo menos não há dúvida quanto ao merecimento dos condecorados, e são muito mais baratos que os animais de bossas que andamos a alimentar a pão-de-ló!

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sábado, junho 09, 2007

Sábado no deserto a sul do Tejo...


Festas aqui neste pedaço do deserto...
Já foi noite de caipirinhas, hoje vamos ao licor de ginjas outra vez. Beba a ginja e coma o copo no stand que representa a Vila de Óbidos, famosa pelo dito licor (receita criada pelos frades beniditinos) e pelo Festival do Chocolate.

Se voltar pra casa em condições, ainda acrescento reportagem fotográfica da noite... senão, olhem, imaginem-me a comer um copinho de chocolate ;))

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Mais um com tomates!


Eu a bem dizer tomates, tomates mesmo, tomates a sério, daqueles de verdade, pois... não tenho, nem é essa a vocação deste blog, embora por vezes não me contenha e solte umas farpas! Mas sei reconhecer quem os tem e no sítio!

João Tilly, mais um blogger com uma lucidez que vale a pena ler. Mais um colega que recusa calar-se perante o estado da nação! Porque é preciso abrir os olhos antes que seja tarde demais.

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sexta-feira, junho 08, 2007

Denzel Washington

Com as habituais desculpas pelo atraso, cá está o jeitoso de hoje!
Um actor fantástico, detentor de várias nomeações para os Óscares da Academia, Óscar ao Melhor Actor Secundário no filme Glory (1989), e Óscar ao Melhor Actor no filme Training Day (2002). De Steve Biko a Malcolm X, de jornalista a pai desesperado, de polícia inválido a treinador de futebol americano, Denzel imprime a sua marca tão pessoal a todos os seus personagens, com desempenhos sólidos e versáteis.

Além disto tudo é um homem tranquilo mas atento ao que o rodeia, bem casado, pai extremoso. Senhor de uma beleza negra absolutamente invejável e que apenas melhora com a idade, é todo vosso ;)




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Já agora (re)vejam alguns dos seus melhores personagens (desliguem a música antes...):



Bom fim de semana!

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Mais forte que o medo...

é a revolta, é a necessidade urgente de alertar este país, de acordar este povo que anda distraído com tanta novela, é a vontade de denunciar as injustiças que acontecem todos os dias debaixo do nosso nariz, é a coragem de alguns que insistem em preservar os valores de uma sociedade democrática, sem cederem ao folclore partidário ou às grandes parangonas jornalísticas que não passam de manobras de diversão, sem baixarem os braços perante o autismo de um governo que caminha a passos largos para o autoritarismo prepotente das ditaduras.
Enquanto não aparecer o machado que nos corte a liberdade de expressão...

Não deixem de visitar We Have Kaos In The Garden e A Sinistra Ministra, porque estar informado é preciso.

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quinta-feira, junho 07, 2007

Poema Pouco Original do Medo


O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles



Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
ratos



Alexandre O'Neil

Imagem - Angústia de Oswaldo Guayasimin


PS: Para bom entendedor, meia palavra basta... este post é dedicado ao meu colega Rui, com um beijo solidário!

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quarta-feira, junho 06, 2007

'tás aqui 'tás a comê-las!!


A justiça é lenta neste país... será por isso que a malta decide resolver as coisas pelos seus próprios meios e partir para a agressão?
Não são só os professores que levam com a agressividade de pais e alunos. Médicos e enfermeiros(as) são agredidos com bastante frequência por doentes com problemas mentais ou, na maioria dos casos, apenas com grande falta de cházinho quando eram pequenos! Numa profissão que de per si é violenta pela convivência diária com a doença e o sofrimento, temer ainda pela própria integridade física é decerto insuportável!

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terça-feira, junho 05, 2007

Dia Mundial do Ambiente

Celebra-se hoje o Dia Mundial do Ambiente, uma boa data para visitar o site do Instituto da Conservação da Natureza (ICN).

Além disso, 2007 é o Ano Internacional do Golfinho, uma espécie protegida que tem o patrocínio do Principe Alberto do Mónaco.
Isto faz-me lembrar o 6º Encontra-a-Funda que incluia um passeio de barco para observar os golfinhos do Sado, passeio que recomendo vivamente a miúdos e graúdos. Podem saber mais sobre este passeioaqui. Outra experiência inesquecível é nadar com os golfinhos do Zoomarine em Albufeira. Com o tempo de férias a chegar, aproveitem para conhecer melhor estes animais encantadores!



O planeta é a nossa única casa! E ninguém no seu juízo perfeito destrói a sua própria casa.

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Sandálias




Pés fresquinhos, que bom... é por estas e outras que eu adoro o Verão! Mas que não seja com a invasão de dourados e prateados que por aí anda, please!

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Sala de Aula



Uma sala de aula na China... esperemos que a Milú não veja isto, ou estamos lixados com F grande!

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segunda-feira, junho 04, 2007

Bom dia!


Pois, já é segunda outra vez e parece que entramos no escritório a toque de coice de mula...

Boa semana pra todos e já agora vejam aqui como alguns infelizes se divertem no trabalho. Vá, venha de lá esse sorriso, se é assim tão mau só pode melhorar ;))

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domingo, junho 03, 2007

Cheirinhos...

Este foi o meu perfume durante o Inverno que passou.Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

É um aroma extraordinário e alguém que conheço gostou tanto que me ofereceu a nova versão, ideal para os dias quentes... cheirinho de flores onde predomina a orquídea, frescura sofisticada, magnífico!!

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Gosto que me ofereçam perfumes, é assim um querer estar na minha pele, cobri-la com o cheirinho perfeito! Também gosto de coisas fora do normal, objectos exóticos, brincos, pulseiras e alfinetes de peito mas que tenham um toque irreverente ou estranho, caixas de todas as formas e feitios, queimadores de incenso, peças de artesanato, canetas e caderninhos ou agendas. Não sou difícil de contentar! Relógios também me fascinam, talvez porque tenho uma relação difícil com o tempo e ando sempre atrasada. Além disto, discos e CDs fazem as minhas delícias... e já que estamos nesta conversa, uma viagem também me deixa absolutamente breathless ;)

E tu, quais são as prendas que mais gostas?

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Vinicius

Recordar o grande Vinicius de Moraes de quem Carlinhos de Oliveira cantou, brincando - Se eu tivesse/Se eu tivesse/Muitos vícios/O meu nome poderia ser Vinicius/Se esses vícios fossem muito imorais/Eu seria o Vinicius de Moraes.

Recordar que o seu maior vício, mais ainda que o whisky, foi a poesia...


Soneto de Fidelidade


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De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure



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sábado, junho 02, 2007

Vida Saudável

Ando numa de comer frutas Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket, legumes e cereais, muita água Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket, só coisitas saudáveis, e fazer muito exercício Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket, caminhar pelo menos meia hora a passo acelerado, ginástica Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket e dança ao som das minhas músicas preferidas Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket. Além disso, ontem recomecei nas idas à praia Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket para apanhar sol e nadar...
espero que as histórias sobre a vida mais curta dos desportistas sejam apenas invenções de quem não tem mais que fazer porque me anda a saber muito bem todo este movimento!

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sexta-feira, junho 01, 2007

Richard Gere

Este Senhor merece ser olhado, mas não só! Merece que se fale dele e da sua obra, que não se resume ao cinema.
Richard despreza o papel de símbolo sexual que durante muitos anos lhe foi atribuído e foi vitima de histórias mal contadas sobre a sua sexualidade e muitos mal entendidos sobre a sua espiritualidade, erradamente entendida apenas como um golpe publicitário. O actor suportou os ataques pacientemente e até com algum humor ao referir, numa festa de angariação de fundos para a comunidade gay em Londres - "Sei que todos já ouviram rumores sobre a minha alegada homosexualidade, pois agora é uma boa altura para a confirmarem. O meu nome é Richard Gere e sou lésbica!"
O seu talento vai muito além da representação, sendo também um excelente músico (toca vários instrumentos - piano, trompete, guitarra e viola-baixo) e desportista. Amigo pessoal do Dalai Lama, Richard é um adepto fervoroso do Budismo, e além de realmente ser um homem bonito, é também senhor de uma personalidade carismática que tem aproveitado a fama para lutar por diversas causas humanitárias, nomeadamente a libertação do Tibete. Aproveitem para conhecer a Gere Foundation cujo objectivo é promover auxílio a comunidades menos favorecidas por todo o mundo. Cliquem no logotipo porque vale a pena!
Richard parece ter encontrado o amor e a estabilidade na modelo Carey Lowell que conheceu em 2000. Estão casados desde 2002 e têm um filho.


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Recolhi no YouTube algumas cenas de filmes protagonizados por Richard Gere. Faltam alguns que considero grandes filmes, como American Gigolo, The Cotton Club ou Mr. Jones (uma das suas mais conseguidas interpretações!), mas foi o que consegui encontrar. Vejam, ou revejam o charme absoluto em An Officer and a Gentleman (vale a pena ouvir Up Where We Belong), Pretty Woman (a melhor cena, na minha opinião!), The First Knight (uma cena belíssima entre Lancelot e Guinevere), Primal Fear (magistral interpretação), Runaway Bride (outra vez com Julia Roberts), Autumn in New York (com Winona Ryder), The Mothman Prophecies (mistério e uma representação extraordinária), Shall We Dance (a sensualidade de um tango com JLo) e um slide show de fotografias sem defeito ;) Enjoy!

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