quarta-feira, setembro 27, 2006

Aprender

Passamos muito tempo a tentar conhecer as pessoas. Quando fazem parte dos que realmente significam muito para nós chegamos mesmo a pensar que os conhecemos bem. Queremos a todo o custo acreditar que são aquilo que julgamos serem. O amor é mesmo cego!

Mas, mais tarde ou mais cedo, alguns mostram o que realmente são. Mostram o seu lado mais escuro, enfeitado de cores brilhantes, mas ainda assim perfeitamente visível. Aparece em toda a plenitude o seu egoísmo, a sua ganância, consumismo e ambição desmedida. Podemos ver claramente que não há neles qualquer emoção ou sentimento. Fingem dedicar-se de alma e coração aos que podem usar para seu proveito. Uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade. E quando aparece algo mais útil não se importam onde pisam para poderem chegar onde querem. Sem qualquer sentimento de culpa, passam pela vida dos outros, viram e reviram, consomem até esgotar tudo o que possa servir os seus interesses. Não conseguem ver além de si mesmos. E o pior de tudo é que nunca encontram aquilo que procuram com tanto afinco, nunca estão satisfeitos, e nunca chegam a alcançar a felicidade, porque essa está no caminho e não na meta, e estas pessoas escolhem sempre o caminho mais fácil, o que dá menos luta, e por isso mesmo menos realização pessoal ( na minha perspectiva, claro... porque eles estão na maior!). Creio mesmo que, nos raros momentos em que a sua consciência emerge lá do fundo, não gostam deles próprios, e procuram nos bens materiais o que lhes falta em riqueza interior.

Tenho pena destas pessoas, mas aprendi, à custa de sangue, suor e lágrimas, que um ser humano se mede pelo número de amigos e pessoas de bem que povoam a sua vida. Mede-se pela sua conduta, pelo que dá de si aos outros. E eu, eu sou uma mulher privilegiada porque tenho amigos verdadeiros, que me dão muito sem exigir nada em troca. Que se orgulham das minhas pequenas vitórias e me amparam nos fracassos. Que me conhecem e me dão a alegria de confiar em mim como eu confio neles. Que fazem o que podem para me alegrarem quando estou triste, que me elogiam quando sentem que estou mais frágil, que todos os dias me incentivam e se recusam a deixar-me cair.

Obrigada Sandra e Vitor Assunção, Bruno e Carlinha, Cristina Rocha, Maria João, Élia, Cristina Duarte, Milay, Rui, João Gomes, Ana Emília, Anabela, Leonor, Jacky, Isabel, Marcos, João Martins, obrigada por tudo o que me têm dado de uma forma ou outra. Orgulho-me de ser vossa amiga!