sábado, novembro 04, 2006

Miguel Bosé

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"El silencio es la madre de todas las músicas."


Miguel Bosé foi uma das minhas paixões da adolescência. Alarmantemente bonito, melhorou com a idade e nunca perdeu a classe que lhe veio do berço. Filho do toureiro espanhol Luis Miguel Dominguín e da actriz italiana Lúcia Bosé, Miguel Luchino Gonzalez Bosé nasceu a 3 de Abril de 1956, e foi apadrinhado por Luchino Visconti. Cresceu em contacto com Hemingway, Picasso, artistas de todas as áreas, até Andy Warhol lhe desenhou a capa de um disco. E de tudo o que o rodeava foi extraindo lições para a vida. Estudou dança clássica e contemporânea em Londres e em Paris, teatro e cinema. Começou cedo, e alguns dos seus êxitos da juventude estão hoje muito distantes. Participou em vários filmes entre os quais Tacones Lejanos de Pedro Almodovar, onde interpreta o papel de um juíz e do extraordinário travesti Letal, possivelmente a sua actuação mais significativa. Mas é na música que encontra a sua melhor expressão.
Dele alguém disse que era camaleónico porque sempre se reinventa e a cada album surge um novo Miguel em busca da melhor letra, da melhor música, do melhor visual, da perfeição que se impõe a si mesmo, por vezes recuperando antigos êxitos e dando-lhes um novo fôlego.

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Bandido é o albúm que marca a grande viragem na vida profissional de Miguel. De simples cara bonita, passa a ser respeitado como promessa concretizada no mundo musical em castelhano.
Daí vai passando de projecto em projecto. Entre os meus favoritos estão Los Chicos No Lloram de 1990 (com este fabuloso Este Mundo Va), Sereno de 2001 (de onde se extraíu o single Morena Mía), um album com muito de autobiografia que inclui uma canção dedicada ao pai, gravado num estúdio montado na própria casa do cantor. Por Vos Muero de 2004 é outro album que escolho, Miguel no seu melhor visual acompanhado de orquestra sinfónica, absolutamente grandioso. E já agora, o último, Velvetina de 2005 com este Down With Love ou o belíssimo Aun Más.

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A sua vida particular nunca fez capas de revista, guarda-a com extremo zelo, e é senhor de uma certa ambiguidade sexual que o faz ser desejado por mulheres e homens de igual modo, coisa, aliás, que o fascina! Consciente do mundo que o rodeia participa na luta por variadas causas ambientais e sociais, é vegetariano e rejeita a vida agitada que vivem muitos famosos.
Mas alguns rumores e escandalozitos houve, as revistas cor-de-rosa se não sabiam inventavam, e foi muito falada a sua relação com Ana Torroja dos Mecano, ou com a cantora Cecília (que morreu num acidente de viação aos 27 anos). Parece mesmo que um dos êxitos do cantor, Amiga, lhe foi dedicada e podiam ver-se lágrimas no seu rosto quando a cantava. Também a sua amizade com Alejandro Sanz foi comentada, com insinuações de uma alegada homossexualidade que Miguel sempre se excusou a comentar em nome do bom senso.
De um dos escândalos tenho a prova no sotão, guardada religiosamente. Como todas as manhãs quando estava em Madrid com a minha mãe saí cedo para ir buscar pão para o desayuno. Passei pela banca de revistas e comprei a Cosmopolitan. O vendedor alertou para o centerfold que era nada mais e nada menos que um Miguel Bosé em todo o explendor dos seus vinte e poucos anos, completamente nú (estávamos ainda em finais dos anos 70, atenção!). Creio que cheguei à padaria ainda de boca aberta. Ao voltar para casa estranhei o movimento junto ao quiosque das revistas. Alguns guardias civiles acompanhados de inspectores estavam a recolher todas as Cosmopolitan, a censura espanhola ainda a funcionar em pleno. Aha! A minha já estava no saco das compras, e nunca me separei dela. Foi como um troféu que mostrava orgulhosa a todas as minhas amigas em Madrid. E não, não vou digitalizar porque não me apetece ir procurar, e prefiro que fique for my eyes only ;)


PS: Este post, que me levou horas a fazer, é dedicado especialmente à minha querida fresquinha, porque sim gosto muito de música, nem saberia viver sem ela, e porque sim, também os escolho a dedo, ehehe! Não te esqueças de clicar em tudo quanto é link... o homem merece!



Miguel Bosé
Aire Soy